Gostaria de poder compartilhar com o mundo a imagem, a figura que ela me representa, talvez o faça um dia em algum personagem, algum poema inspirado ou quando contar aos meus filhos sobre esta mulher.
Foi quem me deu primeiro livro de poemas, era de Cecília Meirelles poetisa que me encantou.
Sempre muito sábia, o que mais me desperta, além de sua beleza admirável, é a serenidade que carrega no olhar - serenidade que muito provável eu nunca venha ter - o interesse pelo novo, pelo abstrato, mas principalmente pelo que possa preencher, sustentar a leveza e apreciar o que de mais belo possa existir, desbravar o mundo e suas minuciosas iguarias.
Dentre sua autenticidade, contempla o mistério e a solitude, por vezes uma solidão que me custa o entendimento, mas a completa e a torna única e mais do que especial.
A mulher que descrevo é minha segunda mãe, por batismo é minha madrinha e por destino uma conselheira.
Se há alguém que eu deseje felicidade plena e sabedoria infinita é para ela, uma formidável e batalhadora mulher que se não existisse deveria ser criada.
Como felicitações pelo seu dia, querida Dayse Schaefer Kuhn, deixo o poema que me inspirou a escrever...
LUA ADVERSA
Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.
Fases que vão e vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.
E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...
Cecília Meireles
A grande mulher
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